Móbile

Posted: quarta-feira, 28 de dezembro de 2011 by O Blog dos Poetas Vivos in Marcadores:
0


quando amanheci solitária
ao teu lado, fui embora
deixei meus cabelos pretos
amassados na tua lixeira
os fios que não agüentam
permanecer na minha cabeça
como última memória,
comigo ficam os fortes
para pegar os ventos da estrada


resta mais nada
a cicatriz que fiz no teu corpo
santo, já já se cura
e novamente imaculado
volte a ser reverendo
 já tomei de teu pão
então ávida, alimentada
volto a ser entidade
que ebole e evapora

Sou apenas um móbile
me disse dissimulado
-que vida tão aguda-
"um móbile no furacão".
A estrada é para frente
tanta afetação, fragilidade
não adianta ter cuidado
desprenda-se, vem logo
outra curva surpreendente.

0 comentários:

expresse algo!