Para a Jornada do Medo
Posted: domingo, 26 de agosto de 2012 by O Blog dos Poetas Vivos in
1
Medos são fantasmas, dragões enterrados
apáticos e anônimos no fundo dum lago
eles ardem as artérias e bambeiam os braços
corroem o cálcio dos mais duros dentes
Medos são fantasmas, anões esmagados
apáticos e anônimos no fundo dum lago
espalham-se pela espinha, ficam no fundo da faringe
gemendo na goela, hesitando habeas corpus
Medos são fantasmas, anciões mal-amados
apáticos e anônimos no fundo dum lago
impulsionam instintos jungindo os joelhos
lixiviando a língua, moendo o meio da mente
Medos são fantasmas, ilusões! Sonhos asfixiados
apáticos e anônimos no fundo dum lago
negam nossos olhos, omitem os neurônios
quando querem quirelas rugem e rosnam
Medos são fantasmas, sermões enganados
apáticos e anônimos no fundo dum lago
saltando sobre tudo o que tocam
unidos e uníssonos ventos vorazes
Medos são fantasmas, deuses dissimulados
apáticos e anônimos no fundo dum lago
xeque-mate xucro zunindo zangado.