Soneto Verde

Posted: sábado, 8 de maio de 2010 by O Blog dos Poetas Vivos in Marcadores:
0

Respeito quem protege a natureza,
quem cuida das plantinhas e dos bichos.
Confesso que até eu separo os lixos,
poupando ao catador esta despesa.

Ocorre que, entretanto, a via oposta
demonstra um quadro muito diferente:
quem vive como eu não é mais gente,
é monstro que se mata e come bosta.

Controlam o meu tempo de chuveiro,
e só porque não nego à grama a poda
me tratam como horrível baleeiro.

Não é o preconceito que incomoda,
é ter de ouvir conselho o tempo inteiro
Agora que ser chato virou moda.


André Prosperi