Leitor, quem fala a verdade?

Posted: sexta-feira, 19 de junho de 2009 by O Blog dos Poetas Vivos in Marcadores:
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o Poeta.

não se enverga
não se vende
não se deleta

Nele há toda sina de ser sempre semente
com o som subvertido em fôlego
com a luz trasgredindo o prisma
- dele é toda lira.
Vagabundo filho do esmero
o verso é tua família

O poeta é o ser vivente sem função final ou pretexto
Palavra é matéria prima sem mais valia, com mais segredo

O poeta é o sujeito templo
- seus sinos soam transcendência
O poeta, sujeito do tempo
- ao centro seu relógio
é vanguarda e anacrônico
A palavra é tempo-signo
- de fabulosa arquitetura
O poeta é filtro no tempo
- absorve, vela o contexto
A palavra sujeita ao tempo
- inverte significados
converte paradigmas

A palavra infinita-se neste infinito, corre e transpassa o medo
O poeta finda neste finito: morre, mas nos deixa o texto.