Soneto da Sorte

Posted: quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010 by O Blog dos Poetas Vivos in Marcadores:
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Em mim há tanto orgulho e tanta pena
Que eu já nem sei qual lado é o que mais pesa
De um lado a sorte, alheia, me despreza
De outro o azar afoito me condena

Venci a maratona dos infaustos
não há no mundo homem mais cagado
se houvesse outro, o deus do azar, coitado,
de tanto trabalhar, morria exausto

Mas se foder na vida às vezes dói
Afeta o equilíbrio e a auto-estima
Nos faz pensar que não somos heróis

Até que alguma coisa nos anima
Nos tira de baixo do que corrói
E põe-nos a tomar no cú por cima.

1 comentários:

  1. Anônimo says:

    Identifiquei-me tanto com o poema que causou-me risos. Obrigada!

    Ribeiro

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