Ronaldo e peitinho...
Posted: quarta-feira, 3 de junho de 2009 by Fabiano Fernandes Garcez in Marcadores: crônicas, Fabiano GarcezO riso traz inúmeros benefícios para nossa vida, além da sensação contagiante de bem estar, melhora o fluxo sanguíneo, reduz o estresse, estimula os músculos da face, costas e do abdômem e aumenta a criatividade e a imaginação. O grande problema é quando se tem o riso a partir de chacota, grosseria e desrespeito para com outras pessoas, e, principalmente, quando isso parte de “humoristas” – como se fosse fácil ser humorista -, de programas de televisão.
Esses programas, infelizmente, são assistidos por muitas pessoas. Aqueles realmente bons não são. Já repararam? Por quê? Mas não posso dizer por aí que sou contra esses programas, pois irão me tachar, primeiramente, como chato, rabugento, ranzinza, mal humorado e, depois, de antidemocrata. Dirão, eles, para mim “Onde anda a liberdade de expressão?” Então, pergunto: “Qual o tipo de contribuição desses programas para a sociedade brasileira?” Nenhuma, pelo contrário, não trazem informação nem conhecimento, apenas a alienação.
Todos se mostram preocupados com os problemas que assolam nosso país, nosso tempo e nosso mundo, porém uma grande parte de nossos jovens que vão herdar todos esses problemas, sequer sabem da existência deles, mas repetem os bordões de personagens e apresentadores desses educativos espetáculos televisivos, repetem como os papagaios fazem, muitas vezes por dia e sem o mínimo de reflexão a respeito do que sai de suas bocas, até mesmo porque não há muito para se pensar.
A justificativa para isso está nos benefícios do riso, concordo com que todos nós devemos rir e muito, mas não de tudo, pois a linha que separa a felicidade da bobeira, a alegria da idiotice não é muito extensa, enquanto uns riem, nós que realmente nos preocupamos com o futuro de nosso país e de nossos jovens só nos resta chorar?
Ronaaaallldo... Peitinho... Ah há há!
Sou mesmo intrometido. Mas vá lá, nós professores, tios de literatura e pessoas esperançosas de todo o gênero, permitimo-nos crer que o "jovem é um alienado" que precisa ser resgatado sei lá de qual sequestro. O quê esquecemos é que eles têm, na real, outras referências que não as nossas. Esticamos a coisa dizendo que são nossas referências as corretas e as deles as erradas. Quem sabe, valorizar o que há de humano nas referências, o que constitui um sujeito seria mais valioso? Lembro-me bem de quando ficava tocando (leia cercando quem tocava) violão, cantando músicas minimamente estranhas e comendo batata doce à roda de uma fogueira e meus vizinhos, irmãos e etcetéras diziam: "Olha lá não quer nada da vida".
Vou além, ouvo um disco do Caetano enquanto escrevo isso, (em Caetano o verbo não usa cedilha, pois parece que algo nascerá daquele v do ovo que é o v do ouvo), um dia disseram que ele também era alienado....