ao bicho da seda

Posted: segunda-feira, 22 de agosto de 2011 by O Blog dos Poetas Vivos in Marcadores:
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da folhagem amoreira
teu tecido: nossas vestes
é densidade suave.
Acolhemos as larvas,
ora façamos casulo
- lírica consciência -
tangendo de luz as colheitas.
Eis, no meio do caminho
te encontro pequenino:
Bicho da seda e gente



tome, pegue tua parte
desafinada de pedra
e bate que bate cinzentos
limos dos tempos
liames de nós mesmos
e de lira reverbera.
Afiado atabaque bate
tece o poema sem pressa
dissolve as amarras, esteta:
Bicho da sedosa esfera


Mama tua mãe e espreita
na fonte, mama tua mãe
fértil e fluída senhora
e assim como tu,
poeta e teta, mamo
minha mãe - a fonte plena,
ciranda selvagem pura
e perene - bate que bate
teu fôlego vivo emana:
Bicho de seda nua


se é santa ou serena
se é sádica, virgem
já não se sabe
só sei que nasceu um belo dia
emoção forte, vertigem
necessária e extrema
dissonante atabaque
bate, bate que bate
mama na fonte, explode:
Bicho da sede incessante.

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