a última prece

Posted: segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009 by O Blog dos Poetas Vivos in Marcadores:
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Te peço, oh Deus, não quero mais a dádiva
Retira-me o sabor desta amarga fruta
qual malícia consome essa íris ávida
hostiliza a alma e a humana conduta


Se Tu criaste a dor, sou eu a Criatura?
Renuncio, então, tua vil sabedoria
que me expõe dúvida sob a face pura,
condena-me a noite turva após o dia


Cuspo a carne da maçã envenenada
tirou-me o centro, deixando-me a beira
duma verdade pouco tudo, muito nada


Oh Deus Mito – sei – não conheço outra via
Tu és o Grande Signo, quiçá brincadeira
Porém, resta-me rogar: mim dá ingnorância.




Roberta Villa

3 comentários:

  1. Mordi!
    A massa da maça que a moça reza.
    Saborosíssima prece.
    Amém.
    Que ateus proteja a musa que te rege.

  1. Anônimo says:

    Cris, o seu comentário é mais poesia que a poesia, rss, valeu! Bjs!

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