Lactose

Posted: sábado, 24 de janeiro de 2009 by O Blog dos Poetas Vivos in Marcadores:
0

O leite derramou e eu não contive o choro
me escorregou do olho um misto de água e sal.
Se em casa houvesse açúcar, pois, faria um soro
e juro, inverteria o fluxo lacrimal.

Meu coração desidratado eu curaria
sem precisar da intervenção de qualquer faca.
Não sentiria saudades daquela vaca
e compraria apenas pão na padaria.

Mas desolado, o pranto todo pus pra fora
tendo investido em vão contra a fisiologia.
Amaldiçôo aquele dia até agora

Bovina amada! De esperança, está vazia
a inesgotável fonte. Fora minha outrora,
mas é do chão o último gole da bacia.

André Prosperi

0 comentários:

expresse algo!